Em 1996, o Fluminense colecionou resultados desastrosos. No campeonato
carioca, não venceu nenhum clássico e terminou na 4ª posição; na Copa do
Brasil, foi eliminado na segunda fase e no Campeonato Brasileiro foi
rebaixado para a segunda divisão ao ficar em 23º lugar, à frente apenas
do Bragantino. Foi o pior resultado da história do clube em campeonatos
brasileiros. O Fluminense chegou às raias do ridículo, perdendo muitas
vezes por goleada, sendo os 6 x 0 para o Sport Recife o resultado mais
humilhante. Entretanto, no início de 1997, com o escândalo da arbitragem
que estourou, com suposto envolvimento do diretor da Comissão de
Arbitragem, Ivan Mendes, o Fluminense foi reconduzido à primeira divisão
do campeonato brasileiro juntamente com o Bragantino, numa atitude
vergonhosa dos dirigentes, que feriram os princípios e a fidalguia do
clube, manchando a nossa história e envergonhando ainda mais a nossa
torcida. Situação semelhante já havia acontecido com o clube em 1921,
com a tentativa de manobras para burlar o estatuto da liga carioca de
futebol, porém, os dirigentes tricolores da época foram contra tal
manobra:
Como castigo, o clube foi novamente rebaixado em 1997 e desta vez, por
antecipação, antes do campeonato chegar ao fim. No ano seguinte, o clube
disputou a segunda divisão e conseguiu o inacreditável: ser rebaixado
para a terceira divisão. Com as eleições vencidas pelo engenheiro David
Fischel, o Fluminense começou a se reorganizar em 1999. Para o comando,
trouxe toda a comissão técnica da Seleção Brasileira campeã do mundo em
1994, inclusive o treinador Carlos Alberto Parreira, que já havia
conquista o título de campeão brasileiro pelo clube em 1984. O clube
começou a sua participação na mais sofrível das divisões do futebol
brasileiro perdendo por 2 x 0 para o Vila Nova-MG, num jogo que teve de
tudo: protesto de torcida, pancadaria, péssimo futebol e arbitragem
duvidosa. Mas nas rodadas seguintes o time se acertou. Vitórias sobre
Serra, Goiânia (com direito a gol de placa de Roni) e Dom Pedro
tranqüilizariam os tricolores. E mesmo com os tropeços no returno para
Goiânia (4 x 3) e Anapolina (3 x 2), o Fluminense se classificou para as
oitavas-de-final, de onde saiu vitorioso ao eliminar o Moto Clube em
dois jogos (1 x 1 e 1 x 0). Depois passou pelo Americano nas quartas e
chegou ao quadrangular final como favorito. Não teve pra ninguém! Ao
bater o Náutico na última rodada nos Aflitos por 2 x 1, com dois gols de
Roger, o Fluminense sagrou-se campeão brasileiro da Série C e deu adeus
ao pesadelo da terceira divisão.